segunda-feira, 4 de julho de 2011

esse cara (que nunca será meu)

"ele está na minha vida porque quer
e eu estou pro que der e vier"

Me pego pensando em comprar bombons para o rapaz que nunca será meu. Há quase quatro dias ele não aparece e eu só quero saber de vê-lo sorrir. Logo afasto a ideia dos bombons, e do sorriso dele, e da minha saudade do sorriso dele, porque ele nunca será meu e eu não posso me deixar enganar pela ideia de querer fazê-lo feliz.

Ele é o cara da música do Caetano, que chega ao anoitecer e quando vem a madrugada ele some.

Ele não sabe da minha vida além daquilo que ele vê entre quatro paredes, e eu tampouco sei da dele. Quando deixo escapar um detalhe que vai além das furtivas cenas que acontecem entre nós dois, me sinto fraca e constrangida por, em um momento, ter perdido o controle de toda a situação, por cometer qualquer deslize que denuncie afeto, ternura, paixão. 

Quando ele vem me contar como foi seu dia, eu desconverso e só beijo-o e então faço com que se cale, porque eu não quero saber dos detalhes que também nunca serão meus, das pessoas da vida dele que nunca vão fazer parte da minha vida e das vontades que ele nunca vai realizar ao meu lado.

Ele não sabe do meu passado, da minha família ou do meu trabalho, mas conhece cada poro do meu corpo, cada marca, cada detalhe, cada reação, e eu penso que é nessas horas, quando ele mal consegue dizer meu nome, e quando eu não sei ao certo a cor dos olhos dele, que ele é de verdade meu. E nessas horas a mim pouco importa que em tantas outras horas fora dali ele nunca seja meu.

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