Ele mal me conhece e diz que me ama, demonstra saudade, afeto, e carinho, e reclama que falta ao mundo gente interessante e que está cansado dos lugares que freqüenta; e eu rio. Eu retribuo, atendo ligações, ouço, e quase não falo nada, que é pra ele não saber o que eu penso, e que eu na verdade acho graça disso tudo e temo por ele ser assim, tão confuso. Não vou dizer ingênuo – impossível saber quem está sendo ingênuo na história, em qualquer história; é muita pretensão.
Ele manda mensagem, quer saber do meu dia, liga, e reclama das outras pessoas. Eu sempre retribuo. Não tenho tempo para pensar se é real, se é superficial, se é loucura ou exagero e talvez seja este meu problema: mesmo que eu consiga manter ao menos um dos pés no chão, me encanto por atitudes intensas e fico admirada a ponto de não poder quebrá-las. Para não quebrar o encanto de quem ainda as pratica sem medo.
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